sábado, 19 de janeiro de 2013

VAZIO


Vazio. Essa é a palavra que me define. Esse é o karma que me acomete. Estar vazia, de tudo, de todos... Acredito que qualquer sentimento é melhor do que este... o vazio é amargo, incolor e causa sofrimento. É triste, solitário, sem luz...
Quem dera pudesse "sentir" agora, mas não há instrumentos para tal. E o vazio se acomodou em minha alma, não há nem com o que lutar. Não é algo bom, tampouco ruim. É apenas inexistência de sentido. Como tudo se perdera desta forma? Quando percebi que não havia mais... lembranças, cores, músicas, cheiros, amores... Quando perdi tudo? Quando o vazio se apossou das ideias, e quando o "tanto faz" perdurou como escolha padrão? Não há o que temer.. não há nada mesmo... Apenas esperar: um milagre ou a liberdade deste corpo.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Tão Eu!


Já era tempo. Havia esquecido o "tão meu", a essência do ser, o sal que tempera a pele. Agora vejo, sem espelho, minha face frente à novidade de quem sou. Sou tão eu! Menina mulher (ou talvez já fosse mulher ainda menina). Não obstante, ainda recorro à orações quando a escuridão se aproxima, ainda me cubro com o cobertor quando a tristeza dói, recolho minhas pernas ao queixo e deixo escorrer lágrimas a esmo... ainda tão pequena, sendo necessário ser tão grande. Conheço melhor agora os meus demônios, meus fracassos, minhas preces não concedidas. Assumo minha luz, meu dia cinza e a tempestade negra, desejos ardentes, secretos, poderosos. Retrato-me a feiticeira aprendiz, de sentimentos inconstantes: ora troveja, ora raiar do sol. É natural que depois de tanto tempo perdida, o reencontro com o "meu eu" seja assustador, encontrar a resultante de tantos devaneios pode ser instigante, decepcionante até. Mas sou o que tenho, se me tenho sou o que sou! Vim de muitos caminhos tortuosos, doloridos, conheci a fera que mora dentro dos homens, egoísta e cruel. Sofri, chorei... andei em círculos por muito tempo e agora, é chegada a grande Hora. Restituo-me o direito de viver, de me amar, de correr quando as pernas querem, de chorar quando os sorrisos findam, de gritar quando algo dói. Anulação nunca mais! Sou mulher, tenho anseios, buscas e caminhos a trilhar. Se ainda estiver aqui ao nascer do Sol, é porque ainda estou a florescer.