Quem inventou a saudade? Diga-me quem foi.
Acho que o mesmo que inventou a solidão e dias de tempestade.
Mas o que é solidão senão o sentimento de incompletude?
Se ninguém é completo, então por que não solidão?
E quem inventou a dor? Será que foi o mesmo que inventou a tristeza e a angústia?
Não, não foi quem inventou dias de sol e doce de criança.
E a mentira quem foi? Certamente o mesmo que inventou o egoísmo e a imprudência.
Não, não foi quem inventou a dança e o chocolate quente com morango.
Mas e a saudade, quem inventou?
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Não ajudarás à posse do caju!
Hoje é um dia incomum!
Reservei a maior parte do meu tempo (sobrevivente) buscando a solução para problemas que até então desconheço intimamente. Por que as pessoas tentam ajudar quando não se tem noção do que existe ao redor? Ts ts ts! Recomecei a pensar ( se é que algum dia já tive essa idéia) que estender a mão pode ser um processo mais complexo do que se podia imaginar...
Abri a porta da minha casa para iniciar um lindo dia feliz ( ou tentar fazê-lo) e o que encontro ao meu redor senão uma população revoltosa de mal-humorados egocêntricos que lidam com a vida como se valesse menos do que o que o gato enterra. Até aí, tudo bem! Afinal de contas, cada um remexe conforme a canção. Vou até o cajueiro central da calçada e percebo que os frutos estão cada vez mais bonitos e maduros, o cheiro no ar entonteava até freiras francesas. Um olhar me segue. Acompanha meus movimentos. E quando percebo, tropeço nesses olhos tão observadores. Era um pequeno garoto. Imutável! Com olhar de cachorrinho caído da mudança, mas apenas o olhar. Aparentava esperto, aproximadamente 4 anos de idade, vestido em sua mini-calça jeans e camisa azul xadrez com um casaco branco por cima. Era branco, cabelos castanhos, olhos claros, lembrava-me até um desenho animado apreciado durante minha infância, o Pequeno Príncipe.
Perguntei-lhe se estava perdido, se havia alguém com ele ou se ele morava ali perto (já que eu era nova na cidade). Ele apenas encurvou a cabeça e franziu a testa. Depois, apontou para o alto. E dali pude ver: um caju encorpado, avermelhado, com ar de imperador. Sorri para ele e afirmei que iria pegar aquele fruto.
-Eduaaardoo! Eu já falei mil vezes que você não pode comer caju, você é alérgico a esse fruto! Quem teve a ousadia de te dar isso? E ainda, deixar você sujar toda sua roupa?
A satisfação se transformou em surpresa, calafrio, vergonha e temor. Como é que eu iria adivinhar que o sobrinho da minha vizinha tinha alergia ao fruto tão estimado?
Tentei explicar a ela que eu havia entregue o fruto, mas sem saber que aquilo poderia ser causa de algum mal. Mas não adiantou nada. Ela só fez cara de nojo, de apontamento do culpado e um movimento de negação com a cabeça, isso não sem antes emitir um som por mim desconhecido esbravejante.
O pequeno Eduardo foi levado à força para o carro, puxado pela mão da minha suposta acusadora. O "imperador" caju, jogado ao chão, como se não fosse mais interessante. E eu, bem... eu continuei ali, parada, tentando entender o que havia acontecido, procurando talvez uma explicação para aquele novo sentimento que habitava em mim.
Prometi a mim mesma nunca mais tentar ajudar crianças "indefesas", perdidas e que desejassem cajus. E quer saber, acho que aprendi uma lição: ajudar alguém sem ver a quem é furada! Pelo menos quando esse alguém tem 4 anos de idade e uma mãe furiosa!
Reservei a maior parte do meu tempo (sobrevivente) buscando a solução para problemas que até então desconheço intimamente. Por que as pessoas tentam ajudar quando não se tem noção do que existe ao redor? Ts ts ts! Recomecei a pensar ( se é que algum dia já tive essa idéia) que estender a mão pode ser um processo mais complexo do que se podia imaginar...
Abri a porta da minha casa para iniciar um lindo dia feliz ( ou tentar fazê-lo) e o que encontro ao meu redor senão uma população revoltosa de mal-humorados egocêntricos que lidam com a vida como se valesse menos do que o que o gato enterra. Até aí, tudo bem! Afinal de contas, cada um remexe conforme a canção. Vou até o cajueiro central da calçada e percebo que os frutos estão cada vez mais bonitos e maduros, o cheiro no ar entonteava até freiras francesas. Um olhar me segue. Acompanha meus movimentos. E quando percebo, tropeço nesses olhos tão observadores. Era um pequeno garoto. Imutável! Com olhar de cachorrinho caído da mudança, mas apenas o olhar. Aparentava esperto, aproximadamente 4 anos de idade, vestido em sua mini-calça jeans e camisa azul xadrez com um casaco branco por cima. Era branco, cabelos castanhos, olhos claros, lembrava-me até um desenho animado apreciado durante minha infância, o Pequeno Príncipe.
Perguntei-lhe se estava perdido, se havia alguém com ele ou se ele morava ali perto (já que eu era nova na cidade). Ele apenas encurvou a cabeça e franziu a testa. Depois, apontou para o alto. E dali pude ver: um caju encorpado, avermelhado, com ar de imperador. Sorri para ele e afirmei que iria pegar aquele fruto.
O garoto apenas sentou na calçada e sorriu confiante. Eu, acreditando estar fazendo a coisa mais certa do mundo, ergui minha mão para alcançar o fruto. Contudo, minha condição de baixa estatura não permitiu a façanha. Subi num banquinho de concreto ali perto e, com todo esforço e coragem de uma heroína de cinema infantil, saltei e segurei firme o fruto, que veio quase espremido na minha mão.
Com uma alegria irradiante fui recepcionada pelo garoto, que aguardou a lavagem do fruto (afinal, eu sou quase um inspetor moral da higiene alimentar) e agradecido começou a mordiscar o tão desejado presente.
Eu, na minha posição de protetora e defensora dos pequenos e oprimidos, sentia ali, vislumbrada, uma satisfação gigantesca. Até que, ops! Ouvi um grito estridente que dizia: -Eduaaardoo! Eu já falei mil vezes que você não pode comer caju, você é alérgico a esse fruto! Quem teve a ousadia de te dar isso? E ainda, deixar você sujar toda sua roupa?
A satisfação se transformou em surpresa, calafrio, vergonha e temor. Como é que eu iria adivinhar que o sobrinho da minha vizinha tinha alergia ao fruto tão estimado?
Tentei explicar a ela que eu havia entregue o fruto, mas sem saber que aquilo poderia ser causa de algum mal. Mas não adiantou nada. Ela só fez cara de nojo, de apontamento do culpado e um movimento de negação com a cabeça, isso não sem antes emitir um som por mim desconhecido esbravejante.
O pequeno Eduardo foi levado à força para o carro, puxado pela mão da minha suposta acusadora. O "imperador" caju, jogado ao chão, como se não fosse mais interessante. E eu, bem... eu continuei ali, parada, tentando entender o que havia acontecido, procurando talvez uma explicação para aquele novo sentimento que habitava em mim.
Prometi a mim mesma nunca mais tentar ajudar crianças "indefesas", perdidas e que desejassem cajus. E quer saber, acho que aprendi uma lição: ajudar alguém sem ver a quem é furada! Pelo menos quando esse alguém tem 4 anos de idade e uma mãe furiosa!
domingo, 5 de setembro de 2010
Sem Noção!
Nem tudo é como se vê!
Sabe aquele dia em que você acorda com uma baita vontade de ser feliz? Acorda disposto a mudar o mundo, favorecer à Paz mundial, criar laços com os vizinhos, dar uma chance para uma vida mais solidária... Às vezes, algo sublime cresce dentro de nós e num piscar de olhos, "ptz!", já era! Afinal de contas, quem inventou o dia cinza?
Hoje é um dia turvo. Pela manhã, meu anjo da guarda derramou um caldeirão de alegria. Durante a tarde, o dia claro acinzentou e foi cedendo à escuridão fria da noite. Não compreendo porque tantas mudanças bruscas. Pensei, por algum motivo feminista, que era a benedita TPM. Mas será que permaneço TPMada 30 dias por mês?
Tristeza constante! Ataque de fúrias! Lágrimas escorrendo! Risadas, gargalhadas, só alegria! Acho que preciso urgente de uma psicanálise!
Sabe aquele dia em que você acorda com uma baita vontade de ser feliz? Acorda disposto a mudar o mundo, favorecer à Paz mundial, criar laços com os vizinhos, dar uma chance para uma vida mais solidária... Às vezes, algo sublime cresce dentro de nós e num piscar de olhos, "ptz!", já era! Afinal de contas, quem inventou o dia cinza?
Hoje é um dia turvo. Pela manhã, meu anjo da guarda derramou um caldeirão de alegria. Durante a tarde, o dia claro acinzentou e foi cedendo à escuridão fria da noite. Não compreendo porque tantas mudanças bruscas. Pensei, por algum motivo feminista, que era a benedita TPM. Mas será que permaneço TPMada 30 dias por mês?
Tristeza constante! Ataque de fúrias! Lágrimas escorrendo! Risadas, gargalhadas, só alegria! Acho que preciso urgente de uma psicanálise!
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